Serge Ecker nasceu em Esch-sur-Alzette (Luxemburgo) em 1982. Vive e trabalha entre o Luxemburgo e Berlim.

Formado em imagem digital e efeitos especiais, Serge Ecker interessa-se pela representação da realidade através do prisma das novas tecnologias: software de recomposição de espaços, imagens de geolocalização e impressoras 3D são as ferramentas deste neo-escultor do espaço e da forma arquitetónica.

Centra-se nos espaços urbanos, quer como um todo que recompõe (Visit Luxembourg! LUX-PVG, Vis à vis, Welcome to Schengen), quer como pormenores arquitetónicos ameaçados pela destruição, pelo esquecimento ou pela falta de atenção (série re-space/re-visit, Shades). São não-lugares ou espaços intermédios que Serge Ecker gosta de revelar, assinalar e reapropriar, para melhor questionar o nosso espaço construído (Ma, CT 01).

Após o tsunami no Japão, captou imagens de casas devastadas, que complementou com outras imagens encontradas nos meios de comunicação social, na Internet e em ferramentas como o Google Earth e o Google Streetview. De seguida, recompõe digitalmente as imagens em 3D para obter fragmentos da realidade, reconstruídos com software de modelação espacial para criar uma hiper-realidade. Serge Ecker dá-lhes uma nova existência, volume e várias dimensões. Modela os espaços como um escultor digital e escolhe os seus parâmetros.

Adoptou a mesma abordagem quando produziu a escultura de Melusina, desconstruindo o mito desta figura lendária e misteriosa. Recolhe fragmentos da sua história, fotografa e digitaliza um modelo existente para o desconstruir em múltiplas superfícies poligonais que são depois recompostas de acordo com dados selecionados. Desconstruir e reconstruir um mito moldado que se tornou a sua própria síntese. Serge Ecker reapropria-se e sintetiza o Real, questionando a autenticidade, por vezes num tom cínico. O que resta do objeto capturado após a transferência multimédia Real-Virtual-Real? - Didier Damiani, crítico e historiador de arte